terça-feira, 26 de novembro de 2013

A Audiodescrição no Contexto Escolar



Conforme dados do IBGE, há aproximadamente 16,5 milhões de pessoas com deficiência visual total e parcial que encontram-se excluídas ao acesso aos bens culturais.
A audiodescrição é um recurso de acessibilidade muito relevante que permite a descrição clara e objetiva das informações visuais que não estão contidas nos diálogos como: expressões faciais e corporais, informações sobre o ambiente, mudanças de tempo ou seja qualquer informação escrita.
O contexto escolar é um espaço social capaz de despertar o desejo dos seus alunos desde a mais tenra idade de sentirem o gosto e o prazer de exercer o direito ao conhecimento a um produto cultural. Esse desejo só será
impregnado nos alunos, se fizer parte das práticas escolares e é uma boa estratégia de aprendizagem. A audiodescrição que é a arte de traduzir os objetos ou imagens em palavras estabelece um novo patamar de igualdade centrado na valorização da diversidade nos espaços culturais como: cinema, teatro, museus, exposições e outras atividades culturais.
A amostragem dos dados estatísticos podem ser subtraídos, se esse movimento de acesso aos bens culturais começar bem cedo com as pessoas deficientes visuais tanto no contexto familiar quanto no escolar.
A escola pode começar a despertar o gosto dos seus alunos pelos produtos culturais inserindo em suas práticas o acesso a cultura através das mídias, com essa atitude estará promovendo a cooperação entre os alunos cegos e ou baixa visão com os alunos videntes em sala de aula. O professor será o grande mediador desse processo. Para iniciar a conversa poderá ser proposto ao grupo a exibição de um vídeo com audiodescrição, em seguida realizar um trabalho de conscientização sobre as especificidades da pessoa com deficiência visual e a importância dos recursos de acessibilidade que oportunizam o acesso à cultura de forma inclusiva.
O vídeo As cores das flores, disponível no Youtube, trata de um grande desafio escolar de um menino deficiente visual que precisa escrever uma redação sobre as cores das flores. A bela mensagem do vídeo, instiga uma rica reflexão sobre as práticas escolares para alunos com deficiência visual e possibilita tratar de outras questões pertinentes como: preconceito, vínculo afetivo, respeito às diferenças e propostas de atividades que são basicamente para alunos videntes e sem nenhuma adaptação para os alunos com cegueira. 






O vídeo As cores das flores se passa em uma sala de aula na Espanha, onde o tema da aula, são as cores. Após a explanação sobre o respectivo tema a professora propõe a turma um trabalho de redação sobre as cores das flores. Diego é um aluno deficiente visual faz parte da turma. Após a proposta a professora se despede da turma e fica a pergunta no ar, como Diego conseguirá fazer a atividade se não vê as matizes? A partir daí, a mobilização começa por parte dos colegas, professora (AEE e/ou itinerante), pai e mãe. As atitudes de ajuda ao menino vieram em forma de incentivo, pesquisas em sites, manipulação tátil de flores, contação de história e informações orais. Certo dia Diego passa com sua mãe em lugar descampado e bucólico onde pode ouvir o canto dos pássaros, sentir o cheiro das flores, perceber a brisa suave em sua pele, foi então que teve uma ideia, comentou com a sua mãe. Ao chegar na sala de aula, começa a produzir o seu texto na máquina Braille ao mesmo tempo que sofria várias interferências do ambiente como: colegas vindo ao seu lugar trazendo informações sobre a definição de cor e colegas que estavam fazendo a leitura de suas produções na frente do grupo. Quando a professora faz um novo apelo ao grupo para a leitura, Diego levanta a sua mão destaca o texto da sua máquina e vai a frente com muita desenvoltura e lê em voz alta dizendo: “As flores são da cor do passarinho. E existem muitas cores de flores. Por isso, há muitos passarinhos porque há um passarinho para que cada flor tenha a sua cor. Também têm flores cor de abelha e também cor da vaquinha do campo...” É emocionante ver e constatar que esses seres especiais tem tantas potencialidades e sensibilidades. O vídeo é complementado com legenda em português. Além da possibilidade de troca através do debate que o vídeo proporciona através dos temas sugeridos e outros, a audiodescrição, poderá ser realizada por um aluno da turma que terá a oportunidade de vivenciar a prática desse recurso de acessibilidade tão relevante e importante para a inserção de pessoas com deficiência visual nos espaços de cultura.



*Referências de Leituras:

a) Brasil. Nota Técnica, Nº 21 – Orientações para descrição de imagem na geração de material digital acessível – Mecdaisy. MEC/SECADI/DPEE, 2012. Disponível em http://portal.mec.gov.br/index.php?


b) Motta , Lívia Maria Villela de Mello; Filho, Paulo Romeu (Org.). Audiodescrição: transformando imagens em palavras. São Paulo - SEDPD, 2010. disponível na opção LIVROS do site: www.vercompalavras.com.br. Acesso em 01/11/2013

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O LÚDICO NA APRENDIZAGEM DO ALUNO COM DI

As atividades lúdicas são extremamente importantes na aprendizagem. O lúdico influencia o desenvolvimento do aluno, ensinando-o a agir corretamente em uma determinada situação e estimulando a sua capacidade cognitiva.
Segundo Vygostky, 1989 os jogos proporcionam o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração.
Em um jogo ou brincadeira a carga informativa pode ser tão significativa, e os apelos sensoriais podem ser multiplicados, tudo isso, faz com que o nível de atenção e interesse do aluno sejam mantidos, promovendo a retenção da informação e facilitando a aprendizagem. Portanto, toda atividade que incorporar a ludicidade pode se tornar um recurso facilitador na construção da escrita e leitura, e do pensamento lógico além de propiciar o desenvolvimento cognitivo.


BRINCADEIRA: BATATA QUENTE

  1.   Aspectos da Aprendizagem:
  • Desenvolver atenção e a percepção auditiva
  • Reconhecer as letras, relacionando grafemas e fonemas
  • Diferenciar letras de outros sinais gráficos
  • Desenvolver a leitura
  • desenvolver o pensamento lógico

     2) Descrição da Brincadeira
    Ao som de uma música qualquer a batata quente deverá passar de mão em mão. Quando a música parar, o aluno que estiver com a batata na mão deverá retirar de uma caixa (sílabas móveis, letras móveis, palavras, frases, provérbios populares, parlendas, números, material concreto, figuras geométricas etc). Esse material deverá ser selecionado previamente pelo professor e estar de acordo com o nível do aluno e/ou grupo.
*Essa brincadeira tem muitas possibilidades de ser aplicada na aprendizagem de alunos com deficiência intelectual nas diferentes áreas do conhecimento:

a) Na Alfabetização; possibilita o reconhecimento das letras, sílabas, memorização de palavras, leitura de frases, reconhecimento da letra inicial e final das palavras, ações, etc
b) Na Matemática: contagem do número de letras das palavras, reconhecimento de numerais, leitura dos numerais, reconhecimento do valor das cédulas e moedas do sistema monetário brasileiro, formas geométricas etc 
c) Nas Ciências: reconhecimento de produtos de higiene, cores, sons e ritmos, esquema corporal 
d) Nas Artes: mímicas, dramatização, representação pictórica.
e)Na Integração Social: socialização