quarta-feira, 16 de abril de 2014

Surdocegueira e a Deficiência Múltipla

A Educação Especial vem tornando a surdocegueira e a deficiência múltipla relevantes, criando novas perspectivas educacionais para as pessoas surdocegas e deficientes múltiplos, corroborando para a construção da inclusão social.
Segundo Monteiro (1996) as pessoas surdocegas são aquelas que tem perda substancial da visão e audição onde a associação das duas deficiências cause extrema dificuldade na conquista de objetivos educacionais, vocacionais, de lazer e sociais. Porém há uma unanimidade nas diferentes definições da surdocegueira, todas salientam que é uma deficiência única e não o somatório das deficiências visual e auditiva.
A surdocegueira pode ser congênita quando a pessoa já nasce com a dupla deficiência e a adquirida quando a perda de sentidos se dá com o passar do tempo. A surdocegueira adquirida pode ser classificada em pré linguística (perda antes da aquisição da linguagem) e pós-linguística (perda após a aquisição da linguagem).
De acordo com o MEC (Brasil, 2002 b-p.13) “as crianças surdocegas podem apresentar perfis distintos, em função de vários aspectos como: características da interação que mantém com o meio, decorrentes do comprometimento dos sentidos de distância (audição e visão) e da disponibilidade do meio para interagir com elas utilizando formas adaptadas às suas necessidades: grau de perda auditiva e visual; outros comprometimentos associados, entre eles o motor e o neurológico.” Portanto a eficiência dos resíduos, dos sentidos remanescentes, e a qualidade dos serviços oferecidos é que determinarão as aquisições importantes  destes indivíduos.
A deficiência múltipla, segundo os PCN da Ed. Especial (1998), define como, a associação em um mesmo indivíduo de duas ou mais deficiências primárias (mental/visual, auditiva/física), comprometendo o desenvolvimento global e a capacidade adaptativa dos mesmos. É importante ressaltar que as pessoas vejam o deficiente múltiplo como um sujeito com potencialidades e não como incapaz devido às suas perdas. Os indivíduos com múltipla deficiência têm uma variedade de necessidades que se assemelham às necessidades dos indivíduos surdocegos.
Como qualquer pessoa, o surdocego e o deficiente múltiplo anseiam por participar da vida social e a comunicação é uma das suas necessidades básicas. Embora todas as formas de interação de comunicação devem respeitar a individualidade de cada sujeito. Isto refere-se as pessoas que irão mediar o seu contato com o meio. Esse mediador terá a missão de ampliar o conhecimento do mundo para essas pessoas, visando a lhes proporcionarem autonomia e independência. Portanto deve-se disponibilizar recursos para favorecer a aquisição da linguagem estruturada no registro simbólico, tanto verbal quanto em outros registros, como o gestual.
Os surdocegos e os deficientes múltiplos se utilizam de várias estratégias para aquisição da comunicação são elas:
*Objetos de Referência: São objetos que têm significados especiais, os quais têm a função de substituir a palavra.
*Caixa de Antecipação: Ela permite conhecer os primeiros objetos de referência que anteciparão as atividades.
*Calendários: São instrumentos que favorecem o desenvolvimento da noção de tempo e ajudam a compreender a rotina.
                 
                                                                               

*Libras Tátil: A língua de sinais utilizada pelas pessoas surdas adaptada ao tato.
*Datilologia ou Alfabeto Digital: Consiste em escrever as letras de forma maiúscula na palma da mão.          
*Tadoma: A mão da pessoa surdocega se coloca nos lábios, bochecha mandíbula e garganta do interlocutor.   
*Fala Ampliada: Consiste falar de forma clara perto do ouvido do surdocego. Esse meio é utilizado quando há ainda algum resíduo auditivo.

*Escrita Ampliada: É um sistema alfabético que se baseia na escrita com tipos ampliados. Esse meio é utilizado quando há algum resíduo visual.

*Loops: Aparelho de amplificação sonora que ajuda na recepção da mensagem.

*Guia-Intérprete: Pessoa que utiliza diversas formas de comunicação com o surdocego.

*Referências Bibliográficas:
a) Fascículo: Surdocegueira e Deficiência Múltipla – MEC, SEE e UFC
b) Parâmetros Curriculares Nacionais – Educação Especial - MEC/SEF/SEE, 1998
c) Monteiro, A.M (1996) Surdez -Cegueira, Revista Benjamin Constant       

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