A  Educação Especial 
vem tornando a surdocegueira e a deficiência múltipla relevantes, 
criando novas perspectivas educacionais para as pessoas surdocegas e
deficientes múltiplos,  corroborando  para a construção da
inclusão social. 
Segundo Monteiro (1996)
as pessoas surdocegas são aquelas que tem perda substancial da visão
e audição onde a associação das duas deficiências cause extrema
dificuldade na conquista de objetivos educacionais, vocacionais, de
lazer e sociais. Porém há uma unanimidade nas diferentes definições
da surdocegueira, todas salientam que é uma deficiência única e 
não o somatório das deficiências visual e auditiva. 
A surdocegueira pode
ser congênita quando a pessoa já nasce com a dupla deficiência e a
 adquirida quando a perda de sentidos se dá com o passar do tempo. A
surdocegueira adquirida pode ser classificada em pré linguística
(perda antes da aquisição da linguagem) e pós-linguística (perda
após a aquisição da linguagem).
De acordo com o MEC
(Brasil, 2002 b-p.13) “as crianças surdocegas podem apresentar
perfis distintos, em função de vários aspectos como:
características da interação que mantém com o meio, decorrentes
do comprometimento dos sentidos de distância (audição e visão) e
da disponibilidade do meio para interagir com elas utilizando formas
adaptadas às suas necessidades: grau de perda auditiva e visual;
outros comprometimentos associados, entre eles o motor e o
neurológico.” Portanto a
eficiência dos resíduos, dos sentidos remanescentes, e a qualidade
dos serviços oferecidos é que determinarão as aquisições importantes  destes
indivíduos. 
A
deficiência múltipla, segundo os PCN da Ed. Especial (1998), define
como,  a associação em um mesmo indivíduo de duas ou mais
deficiências primárias (mental/visual, auditiva/física),
comprometendo o desenvolvimento global e a capacidade adaptativa dos
mesmos. É importante ressaltar que as pessoas vejam   o deficiente
múltiplo como um  sujeito com potencialidades e não como incapaz
devido às suas perdas. Os indivíduos com múltipla deficiência têm
uma variedade de necessidades que se assemelham às necessidades dos
indivíduos surdocegos. 
Como
qualquer pessoa,  o surdocego  e o deficiente múltiplo anseiam por
participar da vida social  e a comunicação é uma das suas
necessidades básicas. Embora todas as formas de  interação  de
comunicação devem respeitar a individualidade de cada sujeito. Isto
refere-se as pessoas que irão mediar o seu contato com o meio. Esse
mediador terá a missão de ampliar o conhecimento do mundo para
essas pessoas, visando a lhes proporcionarem  autonomia e
independência. Portanto deve-se disponibilizar recursos para
favorecer a aquisição da linguagem estruturada no registro
simbólico, tanto verbal quanto em outros registros, como o gestual.
Os
surdocegos  e os deficientes múltiplos se utilizam de várias
estratégias para aquisição da comunicação são elas:
*Objetos
de Referência: São
objetos que têm significados especiais, os quais têm a função de
substituir a palavra.
*Caixa
de Antecipação: Ela
permite conhecer os primeiros objetos de referência que anteciparão
as atividades.
*Calendários:
São instrumentos que favorecem o desenvolvimento da noção de tempo
e ajudam a compreender a rotina.
*Libras
Tátil: A língua de
sinais utilizada pelas  pessoas surdas adaptada ao tato.
*Datilologia
ou Alfabeto Digital: Consiste
em escrever as letras de forma maiúscula na palma da mão.          
*Tadoma:
A mão da pessoa surdocega se coloca nos lábios, bochecha mandíbula
e garganta do interlocutor.   
*Fala
Ampliada: Consiste falar
de forma clara perto do ouvido do surdocego. Esse meio é utilizado
quando há  ainda  algum  resíduo auditivo.
*Escrita
Ampliada: É um sistema
alfabético que se baseia na escrita com tipos ampliados. Esse meio é
utilizado quando há algum resíduo visual.
*Loops:
Aparelho de amplificação sonora que ajuda na recepção  da
mensagem.
*Guia-Intérprete:
Pessoa que utiliza diversas formas de comunicação com o surdocego.
*Referências Bibliográficas:
a) Fascículo: Surdocegueira e
Deficiência Múltipla – MEC, SEE e UFC  
b) Parâmetros Curriculares Nacionais
– Educação Especial - MEC/SEF/SEE, 1998
c) Monteiro, A.M (1996) Surdez
-Cegueira, Revista Benjamin Constant       






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